Terminar uma faculdade e entrar no mercado de trabalho é um processo desafiador para os profissionais de qualquer área. Para os recém-formados em odontologia esse desafio tem sido ainda maior nos últimos anos. Além da pandemia de Covid-19, iniciada em março de 2020, que elevou a profissão ao nível de alto risco e provocou o afastamento de pacientes, o mercado mossoroense está saturado nessa área.

A Cirurgiã-Dentista, Girliane Bezerra da Silva, que atua como clínico geral e faz especialização em endodontia, fala que o início da carreira foi algo desafiador. Ela terminou o curso em agosto do ano passado e encontrou um mercado já cheio de profissionais. “Mossoró está com três faculdades de odontologia e faz mais ou menos um ano que começou a colocar profissionais daqui, fora os que vêm de outras cidades e retornam após o fim do curso. Mas é preciso fazer o nosso diferencial, buscar se destacar, se atualizar e dar o melhor para conseguir driblar essas dificuldades”, afirma.

Girliane fala que com o fechamento dos consultórios, logo no início da crise de saúde, a odontologia passou a ser considerada uma área de risco de transmissão da Covid-19. Ela explica que a caneta de alta rotação é um assessório dentário que gera muitos aerossóis e essas partículas ficam suspensas no ar por certo período de tempo. Com isso, mais medidas de biossegurança precisaram ser tomadas. Além os assessórios de proteção já usados, como máscara e óculos, Girliane fala que os odontologistas precisaram acrescentar o face shield e o avental descartável. Além disso, o uso do enxaguante bucal para fazer a assepsia da boca do paciente, antes dos procedimentos, passou a ser necessário.

Com a pandemia, os pacientes também ficaram com medo de retornar aos consultórios. Alguns deles confessam à cirurgiã-dentista que deixou de fazer consultas de rotina. “Eles relatam que só procuravam o que era mais urgente. Mas temos que pensar nesse adiamento. Porque depois podem acontecer consequências, problemas que poderiam ter sido prevenidos”, enfatiza.

“O fluxo de atendimento, aos poucos, está melhorando”, diz a odontóloga. Girliane acredita que entre as mudanças que devem ficar, mesmo quando acabar a pandemia, é o uso do face shield como equipamento de proteção individual obrigatório. “Antes a gente não usava. Hoje, após um procedimento, vemos que o face shield está todo molhado. Me pergunto como antes era possível fazer os procedimentos sem ele”, relata.

 

Fonte: Revista Acontece

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